Sexta feira à noite, enquanto ecoavam alguns acordes do concerto da Ágata pela cidade de Angra do Heroísmo, decorria a Mesa Redonda subordinada ao tema " A importância do Papel da Comunicação Social na Divulgaçao e Promoção do Património".
Este colóquio, que contou com a presença dos oradores, Sidónio Bettencourt (RDP e RTP Açores), José Lourenço (DI) e Júlio Magalhães (TVI), acabou por centralizar-se na discussão da promoção de Angra do Heroísmo, e mesmo da ilha Terceira, no exterior.
Penso que a conclusão a que se chegou foi que ainda não sabemos bem o que queremos para Nós, não sabemos se queremos "vender", promover Angra... e esta realidade reflecte-se verdadeiramente na ausência de estratégias cirúrgicas e agressivas, com objectivos claros.
Tenho acompanhado este Ciclo de "discussões", digamos assim, integrado na Comemoração dos 25 anos desta cidade a Património Mundial, e de facto tem-se constantemente chegado a este ponto em quase todas as mesas redondas.
Enquanto não houver consenso e não definirmos o que queremos "vender" no exterior, que imagem pretendemos transmitir, será dificil colhermos frutos. É necessário fazer chegar o que temos de bom ao exterior, o Património arquitectónico e imaterial, as tradições populares, a gastronomia, as lendas... e não só as cassetes de marradas. Urgente também é trazer cá algumas personalidades, captar o interesse de empresas de comunicação social e mostrar o nosso potencial.
Coincidente também com esta data, tem início um Colóquio Internacional organizado pela faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa sobre "O Património Urbano e Arquitectónico dos Países de Lingua Portuguesa", onde estarão presentes os principais especialistas em património urbano e arquitectónico de expressão portuguesa no Mundo. Neste contexto estará como orador o Dr. Jorge Bruno, presidente do IAC- Instituto Açoriano da Cultura e director do Museu de Angra do Heroísmo, para apresentar o Projecto do Inventário do Património Imóvel dos Açores. Penso que este é um excelente exemplo de como promover o nosso Património lá "fora", exteriorizando um dos melhores produtos que temos, a nossa cultura arquitectónica. Numa altura em que continua incógnito quem irá ocupar o cargo de chefia da Direcção Regional da Cultura, parece-me óbvio quem seria a melhor opção.
E no meio de tantas coincidências, num livro que adquiri ontem na Feira do Outono Vivo 2008, "Terras de Maravilha- Os Açores e a Madeira", de Oldemiro César, Ed. José Francisco d'Oliveira, 2.ª ed.,1944, encontrei a seguinte introdução:
"Graças à iniciativa inteligentíssima e patriótica do Sr. Dr. José Bruno Carreiro, director ilustre do Correio dos Açores, em 23 de Maio deste ano do Senhor de 1924, a bordo do vapor Lima, da Empresa Insulana, uma missão de escritores, professores, artistas e jornalistas partia em demanda das terras encantadas do arquipélago açoriano, num louvável propósito de propaganda das belezas e condições de vitalidade económica das nossas ilhas, que o continente ingratamente despreza, verdadeira missão de estudo de que teve a honra de fazer parte o autor deste livro como enviado especial do Diário de Notícias.(...)"
Minimamente curioso...não?
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