No contexto da Ambitech Açores 2008, que decorreu em Ponta Delgada, assisti a uma excelente conferência intitulada "Reabilitação Urbana" proferida por Augusto Mateus.
Curiosamente foi a palestra deste economista, autor do conhecido Plano Mateus, que mais interesse me despertou. Estando ele a preparar o Plano de Ordenamento do Território da Ota, defende que as cidades devem ter passado, presente e futuro, e que os políticos devem pensar menos no presente e mais no futuro.
Segundo o orador é necessário gerir os grandes ciclos de vida da urbe, integrar os eixos de sustentabilidade, preservar a diversidade arquitectónica, reabilitando o Património edificado e renovando os centros históricos. Mudar o paradigma dos modelos de habitação, produzir e manter "habitats" em vez de "Casas", equilibrar arrendamento e propriedade e fomentar o espaço de acção de empresas qualificadas. Fundamental também é relançar a atractividade dos fundamentos das "cidades", espaço de oportunidades, mobilidade, liberdade de escolha, "passeio público", conhecimento e cultura.
Gerar dinâmicas de coesão, favorecer a integração social, reabilitar bairros sociais, tendo em conta que as periferias devem ser cuidadas tal como os centro urbanos.
Inprescindivel fomentar as sinergias entre as diferentes funções urbanas (trabalhar, viver, aprender, conhecer, mover, visitar) favorecendo o aprofundamento da diferenciação e oferecendo novos espaços e oportunidades para a criatividade. Envolver nas operações de regeneração urbana uma dimensão relevante de maturação das "cidade do consumo e lazer", "cidade da cultura" e "cidade do conhecimento" aproveitando as oportunidades duradouras dos fluxos turísticos qualificados... em paralelo a tudo isto pensei em Angra do Heroísmo e no dilema de como poderemos "agarrar" e enfrentar este desafio.
"A cidade começa a definhar quando se começa a perder mobilidade."
3 comentários:
São, de facto, pontos de vista muito pertinentes.
Interesting drawing!
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