sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Apresentação do livro Inventário do Património Imóvel do Concelho de Santa Cruz da Graciosa


"Na sequência do projecto do Inventário do Património Imóvel dos Açores realizado pelo Instituto Açoriano de Cultura, na âmbito de um contrato firmado com o Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da Cultura, concretiza-se a publicação de um novo livro sobre o Património Imóvel de Santa Cruz da Graciosa, que será apresentado no próximo dia 22 de Outubro, pelas 21h00, na Biblioteca Municipal daquele Concelho.

Como já vem sendo habitual, a apresentação contará com uma conferência sobre o património imóvel do Concelho alvo da publicação, que será proferida pelo consultor do Projecto do Inventário do Património Imóvel dos Açores, Arquitecto João Vieira Caldas.

Com a publicação deste livro – o décimo primeiro da colecção do Inventário do Património Imóvel dos Açores (depois dos de São Roque, Lajes e Madalena da ilha do Pico, de Vila Nova do Corvo, da Horta, da Praia da Vitória, de Vila do Porto, Lajes das Flores, Ribeira Grande e Santa Cruz das Flores) – ficam agora registados e acessíveis ao público em geral os elementos referentes às 166 espécies inventariadas que representam o significativo património arquitectónico deste concelho de Santa Cruz da Graciosa.

O livro, com cerca de 300 páginas, para além de integrar um texto metodológico sobre o projecto, contém ainda textos de Susana Goulart Costa sobre o enquadramento histórico daquele concelho («Graciosa - A Ilha Esquecida»), de José Manuel Fernandes sobre a evolução da estrutura urbana da vila («Santa Cruz da Graciosa, o Concelho – Aspectos do Urbanismo e da Arquitectura»), de Jorge Augusto Paulus Bruno sobre «Arquitectura da Água – na Ilha Graciosa» e de João Vieira Caldas sobre «A Casa da Graciosa». São ainda publicados 12 mapas com a localização genérica dos 166 casos inventariados, as suas respectivas fichas descritivas e um pequeno glossário."

Correcção ao Post anterior

Ainda acerca da habitação abaixo abordada, fui informada através do amigo Miguel Azevedo (neto do Arqt.º Fernando Sousa) de que o projecto foi encomendado pelo Sr. Luís Gouveia (antigo dono da Casa Vidal), quando casou em 1961 e é de autoria do Arqt.º Fausto Mendes Caiado, por sinal muito amigo do Arqt.º Fernando.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

É uma casa moderna com certeza...

Um dia destes, enquanto esperava na rara fila de trânsito, em hora de ponta, no Caminho de Baixo de São Carlos, olhei para o lado e lá estava esta casa. Construção que passa despercebida a quem circula rapidamente, dentro de um automóvel na via à sua frente... e talvez por se apresentar recuada em relação à rua.
Não são muitos os exemplares de arquitectura moderna aqui na ilha, no entanto gostaria de, neste espaço, ir reflectindo sobre alguns.
Quanto a este imóvel em concreto, ressalta à vista que parte da construção está assente em pilares libertando-se assim espaço exterior, o que se pode enquadrar num dos cinco pontos chave da "nova arquitectura" apregoada por Le Corbusier: a construção sobre pilotis.
A não utilização de ornamentose e de pormenores mais apurados, como rejeição aos estilos históricos também surge patente, através da quase ausência de barras (e as que existem parecem não estar coerentes com o resto, anunciando uma possível alteração ao projecto original).
Na minha opinião, estamos perante o trabalho de um técnico especializado, o que seria raro na altura da sua edificação. Embora não saiba quem será o autor, desconfio que seja obra do Arqt.º Fernando Augusto de Sousa, Arquitecto nascido no Porto em 26 de Abril de 1913 e que viveu e trabalhou na ilha Terceira em grande parte da sua vida.
A introdução de novas e modernas técnicas de engenharia, tais como a utilização de estruturas de betão e o sistema laje/pilar/viga vieram revolucionar a forma de construir como também de pensar a arquitectura. Muitas das características que definem a arquitectura moderna podem ser identificadas neste exemplar, tais como, a predominância de linhas rectas, a articulação de volumes segundo linhas quebradas, maior pureza na composição arquitectónica, existência de vãos de grandes dimensões, existência de Pilotis (estacas sobre as quais as casas parecem pairar acima do solo) e a estrutura da casa visível do exterior: a função e a construção deviam formar uma unidade.
Embora não sejam claras e evidentes todas estas características neste exemplar, é sem dúvida uma obra que surge nesta vertente aqui explanada e que tenta alcançar estes ideais, surgindo num cenário local construtivamente difícil e com lacunas, comparativamente ao restante panorama nacional e internacional.

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