quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nova Biblioteca da Horta


Hoje, no dia Mundial do Livro, foi inaugurada a nova Biblioteca e Arquivo da Horta, na ilha do Faial. Trata-se de uma intervenção da autoria do Atelier Porto Pim, Lda. que consiste na remodelação e ampliação da "Casa Bensaúde", situada na Rua Walter Bensaúde.

São Jorge | arquitecturas








O meu olhar através da objectiva.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Feira de Letras e Sabores- Angra do Heroísmo

A II Feira de Letras e Sabores, a decorrer entre 18 e 26 de Abril no Bailão, terá a participação de meia centena de editoras com cerca de dez mil livros. Este projecto não poderia ter ido avante sem a presença da Editora Blu, representada na pessoa de Mário Duarte, que nos tem vindo a habituar à boa qualidade das suas feiras do livro, no âmbito do Outono Vivo que decorre na Praia da Vitória.
Embora o evento também contemple a oferta de alguma gastronomia, confesso que estou mais entusiasmada com as "Letras" que com os "Sabores"... sou uma compradora de livros compulsiva, é a minha perdição! De certo este é o momento ideal para investir na minha biblioteca... bem haja esta iniciativa.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Poesia | Arquitectura

CASA DO SER
Língua, Casa do Ser que lá não mora
E, se chama, não está por morador,
Que só em nós o verbo se demora
Como sombra de sol e eco de amor.

Abrigo sim, porém sem tecto, fora
De torre ou porta, os muros no interior:
Assim a Casa essente rompe a aurora
Para se incendiar com o sol-pôr.

É a noite o seu rápido alicerce,
Enquanto casa, que não Ser (aéreo
O que nem isso é, ia eu dizer

No hábito verbal que corta cerce
A hastilha do jardim da Casa, etéreo
Mensageiro de fogo. Pode ser).
Vitorino Nemésio

terça-feira, 15 de abril de 2008

Centro de Arte Contemporânea

Hoje, dia 15 de Abril, pelas 11 horas foi apresentado publicamente o projecto vencedor do Concurso limitado por prévia qualificação para o Centro de Arte Contemporânea - Arquipélago. O projecto de autoria do Atelier Mais é Menos, da dupla de Arquitectos Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos, coordenados neste projecto pelo Arqt. João Mendes Ribeiro, será implantado na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, nos terrenos das antigas instalações da Fábrica de Álcool, cujo o imóvel será preservado.

domingo, 13 de abril de 2008

Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos

O centro de interpretação vai funcionar como uma porta de entrada num circuito de "visitas vulcanológicas" pelo Arquipélago, com ligação à Furna do Enxofre, Gruta do Carvão, Algar do Carvão, Furnas e Sete Cidades.
Este projecto, em construção na ilha do Faial, de autoria do Arqt.º Nuno Ribeiro Lopes, será, segundo Ana Paula Marques, o "equipamento mais vanguardista" dos Açores em termos tecnológicos.
O Arqt.º tem a seu cargo outros projectos em desenvolvimento na ilha do Pico, tais como, o Teatro Municipal das Lajes do Pico, sendo também coordenador do Plano de Pormenor do mesmo concelho.
Tendo em conta que não tenho um profundo conhecimento sobre o presente projecto, penso que poderá ter como referência os templos egípcios, compostos por redes de tuneis e galerias subterrâneas de acesso aos túmulos.
O facto de grande parte do edificiado se implantar abaixo do nível do solo, permite dessimular a construção no terreno, evitando um grande impacto na paisagem dos Capelinhos. Esta ideia vem de encontro ao sentido deste equipamento vulcanológico, na busca do conhecimento ao interior da terra. O principal espaço, através da sua interessante solução estrutural, recria o sentido de erupção, com a existência de um pilar central que ao ascender dilui-se com a laje de cobertura.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Hotel Terra do Mar... Paradise Resort?


Este "paraíso"está implantado no litoral sul da ilha Terceira, na Serretinha (freguesia da Feteira), numa das zonas mais procuradas pela sua vista sobre os Ilhéus e Monte Brasil simultaneamente. Mas a Serretinha "era" muito mais do que isso, sendo anteriormente caracterizada pela sua arquitectura de baixa densidade relacionada com a produção vinícola em zonas de "biscoito", contendo também solos fertéis para as demais culturas.
Penso que neste momento a Serretinha está completamente descaracterizada com a construção desmesurada de edifícios fora de escala, que criam uma barreira visual perante a paisagem quebrando a lógica de ordenamento territorial.
Isto acontece porque o Plano Director Municipal permite, facto que aliado ao desejo de investimento e subsequente lucro dos donos de obra, leva esta situação ao extremo... e está à vista. Penso que esta zona, à semelhança dos Biscoitos e Porto Martins, deveria ter um plano especial de protecção, com o fim de "salvar" ainda o que resta...



Quanto ao Hotel Terra do Mar, deixo à vossa consideração analisar o impacto que esta unidade tem no território através das fotos aéreas abaixo.
À primeira vista não me parecem "bungalows", como se fez acreditar inicialmente que iria ser...
Outra solução de projecto poderia ter sido adoptada, abusando-se da utilização da pedra, das coberturas ajardinadas para os edifícios de utilização comum e de maior dimensão, diminuindo a densidade das construções individuais, inserindo as características vinicolas do terreno na proposta, mantendo "curraletas" de vinha, prolongando muros/planos de pedra na definição de espaços... outras ideias de certo vos devem estar a ocorrer.
Tal como refere Siza, " a arquitectura não tem sentido a não ser em relação com a natureza".

terça-feira, 8 de abril de 2008

Oscar Niemeyer homenageado

O arquitecto brasileiro, com um século de idade, será homenageado este fim-de-semana em Castelo Branco, por iniciativa da delegação distrital da Ordem dos Arquitectos. Conta-se com a presença e participação de Siza Vieira, Nuno Teotónio Pereira e Gonçalo Byrne, e do Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.
A homenagem será sábado, dia 12 de Abril, na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco.

A linha curva ascendente poderia bem caracterizar o percurso da sua vida, arquitectada de sonhos, ambições e devaneios, muitos deles concretizados. A cidade de Brasília é apenas um exemplo do talento e genialidade deste Arquitecto que continua a projectar actualmente.



Brasília

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Projecto da futura Biblioteca de Angra

Será implantada no quarteirão a que pertence o Palacete Silveira e Paulo, a futura Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, projectada pela Arqt.ª Inês Lobo, vencedora do Concurso limitado por prévia qualificação.
Este edifício vem abrir "portas" e, quem sabe, mentalidades no que concerne à construção (aceitação) de exemplares de arquitectura contemporânea na cidade Património Mundial.
Por vezes tem-se a sensação de que é necessário projectos de "fora" para que haja aceitação pelas Entidades Licenciadoras e não só... Esta ideia de que tudo o que vem do exterior é melhor do que aquilo que é Nosso é muito Português! Como por exemplo, o Arqt.º brasileiro Paulo Mendes da Rocha, que foi convidado pelo Governo Português para projectar o novo edifício do Museu dos Coches, em Lisboa...
Deixando estas considerações de lado, penso que o projecto vencedor enquadra-se bem na morfologia urbana da cidade, desenhando novos espaços públicos, valorizando e deixando "respirar" alguns edifícios históricos, tais como o Palacete Silveira e Paulo, e o Solar de Nossa Senhora dos Remédios.
O quarteirão no qual se desenvolverá, há muito que necessita de uma reestrutração, no entanto coloco em causa se esta seria a melhor localização para o equipamento a construir.

"A Arquitectura tem uma certa violência, não é suave. É muito transformadora." Inês Lobo

sexta-feira, 4 de abril de 2008

25 anos Património Mundial

Um dos artigos publicados em 1983 que já adivinhava o alcance do estatuto de Angra do Heroísmo a Património Mundial nesse mesmo ano.
Este galardão permitiu que fosse preservado grande parte do nosso património, de outra forma teria sido inevitável controlar a reconstrução de uma cidade´"tremida".

Notícia do jornal União, 1983

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Portas do Mar à vista



No Díário Insular de 19 de Março de 2008, José Pedro Cardoso, Presidente da Câmara de Angra do Heroísmo, deixa no ar a possibilidade de tornar visíveis os vestígios arqueológicos das Portas do Mar, descobertos no final do séc. XX. Esta sugestão foi lançada novamente por Dr. Álvaro Monjardino, na sua última conferência no contexto das celebrações dos 25 anos da classificação de Angra a Património Mundial.
A solução a adoptar passaria por tornar visíveis os vestígios através de superficies transparentes, com o cuidado de iluminar e ventilar adequadamente o local, à semelhança de algumas intervenções já existentes, como por exemplo a Michaelerplatz (Viena, Áustria).


Michaelerplatz (Viena, Áustria)1992, Studio Hollein

terça-feira, 1 de abril de 2008

Intervenção Alto das Covas


Arquitectura Ramo Grande

Recentemente e com alguma frequência têm surgido artigos de jornal acerca da denominada arquitectura do Ramo Grande, disseminada em freguesias como Lajes, Vila Nova, Fontinhas, São Brás e Cabo da Praia.
Seria importante para salvaguarda dos exemplos que ainda persistem, a criação de legislação adequada para a zona em questão, onde se implantam.

No jornal Diário Insular de 1 de Abril de 2008 foi publicada a seguinte entrevista ao Arq.º José Parreira sobre esta temática:

DI: A chamada arquitectura do Ramo Grande parece ser fenómeno interessante de aproveitamento de materiais endógenos e de concepção de técnicas construtivas bem adaptadas a esses materiais. Porém, não se conhecem estudos sobre estas temáticas. Parece-lhe que o estudo aprofundado dessas casas poderia resultar em proveitos para hoje e para o futuro?
JP: Não existe futuro sem passado e nesse sentido, todo o conhecimento que vem desse passado ajuda a sedimentar e alicerçar o futuro. A arquitectura é também a formalização cultural de um povo e contribui de sobremaneira para a fortificação da identidade do mesmo. Por outro lado os processos vernaculares de ocupação do solo estão normalmente ligados a vivências e experiencias de séculos, conhecê-las ajuda-nos a evitar erros.

DI: Aquilo a que chamamos "Arquitectura do Ramo Grande" é mesmo uma arquitectura individualizada? É uma variante? É outra coisa qualquer?
JP: A “Arquitectura Açoriana” tem uma matriz mediterrânica que depois se individualiza pela forma como esta se adapta ao meio, aos materiais disponíveis, às influências culturais externas, etc. A “Arquitectura do Ramo Grande” insere-se a meu ver nesse espírito de adaptação e evolução com a vantagem de ser o reflexo de um ambiente de abundância e riqueza cultural.

DI: São conhecidas notícias sobre a utilização de ruínas de casas do Ramo Grande para outros fins. Parece-lhe que este tipo de construção ou arquitectura deveria estar protegida por lei de forma mais eficaz?
JP: A destruição de um bem cultural é sempre uma perda irrecuperável, mais ainda quando em meios pequenos como o nosso, o seu número é reduzido. Faz, portanto, todo o sentido preservar e proteger, mas também educar as pessoas a apreciar, de modo a que sejam elas os primeiros agentes dessa protecção.

DI: As casas do Ramo Grande nasceram ligadas a uma determinada concepção de lavoura. Mortas essa concepção e as prácticas (e até gostos, etc.) que lhe estavam associadas, ainda vale a pena preservar esse tipo de habitação?
JP: Na faculdade, havia um professor que nos dizia que a melhor prova da qualidade de um edifício era a sua capacidade para resistir ao tempo e aos usos. Nessa medida um espaço com qualidade admite sempre adaptações a novas funções ou a novas vivências. Se anda meio mundo em busca de história que perdeu ou que nunca teve, por que raio quem a tem, teima em a deitar fora?